quarta-feira, 22 de outubro de 2014

A Arte Rupestre no Sítio Arqueológico do Junco

"A arte e a ciência partem de um só e mesmo núcleo e ambas valorizam não somente a reflexão, mas também a imaginação e a intuição." 
(Ariano Suassuna- Uma teoria da arte rupestre)


A arte rupestre, é o termo utilizado para representações artísticas pré-históricas realizadas em paredes, tetos e outras superfícies de cavernas ou abrigos rochosos. Ela se divide em dois ramos de arte; a gravura rupestre e a pintura rupestre. No município de Antônio Martins/RN, predomina as gravuras rupestres executada de diferentes formas, como; Raspagem simples, picoteamento e raspagem com posterior polimento.

O relato mais antigo com relação a gravuras rupestres no Brasil, data de 1598, quando o então capitão-mor da Paraíba, Feliciano Coelho de Carvalho, encontrou junto ao rio Arasagipe, gravuras que ele considerou "uma cruz, caveiras de defunto e desenhos de rosas e molduras". Este relato está no livro "Diálogos das Grandezas do Brasil". 

O município de Antônio Martins/RN, em sua vasta área rural, guarda marcas que perpetuam até hoje de seres humanos pré-históricos que habitaram essa região, são gravuras, marcas de polimento e cúpules, que sempre aparece em todos os 10 sítios arqueológicos deste município. 

No Sítio Arqueológico do Junco, encontramos uma vasta quantidade de marcas humanas em diversos afloramento rochosos. Foi concluído o trabalho de contagem em apenas um, no principal lajedo, onde encontramos aproximadamente 272 gravuras rupestres; 25 cúpules e 18 marcas de polimento. Também existe neste afloramento, um painel com gravuras que se unem formando apenas uma gravura. Este painel, mede cerca de 3 metros de comprimento por 1,25 metro de altura, sendo que ainda exite uma boa parte deste afloramento gravado debaixo de sedimento que se acumulou com o passar dos anos na parte mais baixa do lajedo. 

O sítio está próximo de um pequeno riacho, cercado por árvores como Juazeiros, Aroeiras, catingueiras e angicos. Encontramos também diversos animais da classe reptília como por exemplo; Lagarto Maraú (Teigo, Teiú), Camaleões e cobras. Também pode ser encontrado em bando, aves, principalmente as arribaçãs.
Catingueira (Caesalpinia pyramidalis)
Mulungu (Erythrina velutina)
Esta fauna e esta flora circunda todo o Sitio arqueológico do Junco. 

As gravuras rupestres lá deixadas, correspondem principalmente as figuras geométricas (figura 4) e abstratas (figura 5). Verificamos que lá não existe representações de plantas e animais da região. Existe também, representações do que se parece ser Sol e Lua (figura 6) as conhecidas como astronômicas.
Figura 4: Circulo concêntrico radiado

Figura 5: Riscos paralelos acompanhando uma intrusão de quartzo
Figura 6: Possível representação do sol
São essas as principais representações do Sítio Arqueológico do Junco. Elas não fornecem dados de como essas sociedades que as fizeram viviam, e nem como se portavam. estas são as marcas de um passado não muito distante, mas que é esquecido pela maioria dos brasileiros que estão interessados apenas no futuro tecnológico. É preciso preservar estas marcas, pois sem isso, elas desapareceram.