sábado, 8 de novembro de 2014

Lista de Sítios Arqueológicos do Município de Antônio Martins/RN

A cada dia descobrimos mais sítios arqueológicos na área de 244,620 km² que corresponde ao município de Antônio Martins/RN. 

Quando começamos nossos trabalhos só tínhamos conhecimento de 3 sítios arqueológicos que continham inscrições rupestres. Agora já temos conhecimento de 15 e a cada dia é encontrado novos.

Veja abaixo a lista dos 15 sítios arqueológicos; 


SÍTIO ARQUEOLÓGICO DA RAMADA; 


SÍTIO ARQUEOLÓGICO DO BOI MORTO; 


SÍTIO ARQUEOLÓGICO CASA NOVA; 

SÍTIO ARQUEOLÓGICO DAS AREIAS;
O painel está pichado


SÍTIO ARQUEOLÓGICO DA PINTADA;
SÍTIO ARQUEOLÓGICO LAJEDO ALTO;
SÍTIO ARQUEOLÓGICO DA MELANCIA;
SÍTIO ARQUEOLÓGICO DA MELANCIA I;
SÍTIO ARQUEOLÓGICO DO JUNCO;
SÍTIO ARQUEOLÓGICO TANQUE DO CARNEIRO;
SÍTIO ARQUEOLÓGICO DO ABOIADOR;
SÍTIO ARQUEOLÓGICO DA FAVELA;
SÍTIO ARQUEOLÓGICO DO AGOSTINHO;
SÍTIO ARQUEOLÓGICO DOS FERREIRAS;
SÍTIO ARQUEOLÓGICO DA TIMBAÚBA;












Acreditamos que ainda exista outros sítios espalhados pelo município que ainda não foram encontrados e nem registrados pelo CPAR (Centro de Preservação da Arte Rupestre). Estamos trabalhando para cadastrar todos os sítios na tentativa de preservar esse passado que vemos no presente, mas que não saberemos qual será o seu futuro.

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

A Arte Rupestre no Sítio Arqueológico do Junco

"A arte e a ciência partem de um só e mesmo núcleo e ambas valorizam não somente a reflexão, mas também a imaginação e a intuição." 
(Ariano Suassuna- Uma teoria da arte rupestre)


A arte rupestre, é o termo utilizado para representações artísticas pré-históricas realizadas em paredes, tetos e outras superfícies de cavernas ou abrigos rochosos. Ela se divide em dois ramos de arte; a gravura rupestre e a pintura rupestre. No município de Antônio Martins/RN, predomina as gravuras rupestres executada de diferentes formas, como; Raspagem simples, picoteamento e raspagem com posterior polimento.

O relato mais antigo com relação a gravuras rupestres no Brasil, data de 1598, quando o então capitão-mor da Paraíba, Feliciano Coelho de Carvalho, encontrou junto ao rio Arasagipe, gravuras que ele considerou "uma cruz, caveiras de defunto e desenhos de rosas e molduras". Este relato está no livro "Diálogos das Grandezas do Brasil". 

O município de Antônio Martins/RN, em sua vasta área rural, guarda marcas que perpetuam até hoje de seres humanos pré-históricos que habitaram essa região, são gravuras, marcas de polimento e cúpules, que sempre aparece em todos os 10 sítios arqueológicos deste município. 

No Sítio Arqueológico do Junco, encontramos uma vasta quantidade de marcas humanas em diversos afloramento rochosos. Foi concluído o trabalho de contagem em apenas um, no principal lajedo, onde encontramos aproximadamente 272 gravuras rupestres; 25 cúpules e 18 marcas de polimento. Também existe neste afloramento, um painel com gravuras que se unem formando apenas uma gravura. Este painel, mede cerca de 3 metros de comprimento por 1,25 metro de altura, sendo que ainda exite uma boa parte deste afloramento gravado debaixo de sedimento que se acumulou com o passar dos anos na parte mais baixa do lajedo. 

O sítio está próximo de um pequeno riacho, cercado por árvores como Juazeiros, Aroeiras, catingueiras e angicos. Encontramos também diversos animais da classe reptília como por exemplo; Lagarto Maraú (Teigo, Teiú), Camaleões e cobras. Também pode ser encontrado em bando, aves, principalmente as arribaçãs.
Catingueira (Caesalpinia pyramidalis)
Mulungu (Erythrina velutina)
Esta fauna e esta flora circunda todo o Sitio arqueológico do Junco. 

As gravuras rupestres lá deixadas, correspondem principalmente as figuras geométricas (figura 4) e abstratas (figura 5). Verificamos que lá não existe representações de plantas e animais da região. Existe também, representações do que se parece ser Sol e Lua (figura 6) as conhecidas como astronômicas.
Figura 4: Circulo concêntrico radiado

Figura 5: Riscos paralelos acompanhando uma intrusão de quartzo
Figura 6: Possível representação do sol
São essas as principais representações do Sítio Arqueológico do Junco. Elas não fornecem dados de como essas sociedades que as fizeram viviam, e nem como se portavam. estas são as marcas de um passado não muito distante, mas que é esquecido pela maioria dos brasileiros que estão interessados apenas no futuro tecnológico. É preciso preservar estas marcas, pois sem isso, elas desapareceram.

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Pedra de Corisco: Quem está certo?

São muitas as afirmativas sobre o que seria a "Pedra de Corisco", para alguns; quem a encontra é feliz. para outros; quem a possui tem sua casa protegida da queda de raios. Existem  muitas tradições que rodeiam esse tipo de rocha, e essas tradições variam de local para local. 
Pedra de corisco encontrada na Vila Pintada. Pertence a Maria de Laá.

Pedra de corisco encontrada no Sitio Melancia I. Pertence a Celimar.

Pedra de corisco encontrada no Sitio Pinhão. Pertence ao Senhor Zacarias.

Muitos estudiosos de diversas áreas de conhecimento tentam explicar o que seria isso, e eis as explicações:


1-Arqueologia.

Artefatos de pedra polida que foram utilizadas por nossos primitivos habitantes para os mais diversos fins. São principalmente machados, almofarizes, batedores de sementes, amoladores e outros artigos que foram largamente empregados nas mais diversas atividades cotidianas na Idade Neolítica.

2-Geologia.

Dá-se o nome de fulgurito (popularmente pedra-de-corisco ou pedra-de-raio) o material formado pela fusão de minerais ou rochas pela ação de um raio. Ao atingir o chão, a altíssima temperatura da descarga elétrica funde o material que encontra e pode, nesse processo, formar uma nova substancia mineral. É um processo natural e inorgânico, que produz uma substancia sólida, homogênea e de composição química definida. Não tem, é verdade, estrutura cristalina, mas assemelha-se à obsidiana e aos tectitos, justificando-se portanto seu estudo junto com os demais minerais.


3-Sabedoria Popular.

É a pedra que vem na ponta do raio, e é enterrada a sete palmos de profundidade, aflorando um palmo por ano até chegar à superfície. Depois de sete anos da queda a pedra volta para o céu sendo carregada pelo mesmo raio.


Afinal, quem está certo?

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

O Mistério das covas do Sitio Areias

O Sítio Areias fica distante aproximadamente 12 km da sede do município de Antonio Martins/RN. Nesta localidade, existe um Sitio Arqueológico que contem registros rupestres. Porém o que mais nos chamou atenção não foi essas marcas, mas sim, as afirmativas do pessoal que mora desde que nasceram naquela região. 
Eles afirmam que naquele sitio existem pequenos locais cercados de pedras, que, para eles, seriam covas indígenas. Abaixo segue um croqui de como seria;
Na tentativa de se descobrir o que seria esses pequenos cercos de pedras, fomos até o local e lá constatamos que esses retângulos, devido a curiosidade das pessoas em saber o que teria ali dentro, estavam escavados de forma tosca e sem nenhum cuidado de natureza arqueológica. 
Para chegarmos a essas "covas", andamos cerca de 2 km de distancia do povoado Areias, subimos mato a dentro por trilhas que em alguns momentos são cortadas por córregos temporários, subimos alguns montes e lá podemos comprovar o que as pessoas do povoado falaram. Abaixo algumas imagens da trilha que enfrentamos e das "covas";




Segundo os moradores, essas pedras que se encontram ao lado da cratera aberta por curiosos, eram as que rodeavam essas covas. 
O que pode ser observado é que; o material do interior desses espaços, é diferente do material que tem ao lado da cova. 

A Amostra 01, foi colhida dentro do espaço onde seria a cova, e a amostra 02 é a que predomina na região. A Amostra 01 é atípica daquele solo, sendo encontrada à uma distancia um pouco grande.
Surge então uma pergunta; Quem teria levado esse material até esse outro local? Essa pergunta ainda não podemos responder.
Na tentativa de responder essa pergunta, voltaremos agora o nosso olhar para a História; O sertão nordestino em épocas passadas, servia de estrada para pessoas que buscavam vida melhor em outros lugares, os famosos retirantes. 
Partindo dessa afirmativa, vamos considerar que, muitos morriam ao fazer esse trajeto, as causas eram variadas, talvez o peso da idade ou alguma doença ou até quem sabe, sede ou fome. Em tempos passados era difícil encontrar algum cemitério para dar um enterro digno ao seu parente, assim, não restava outra alternativa a não ser sepultar em locais por onde eles passavam.
Também, no ano de 1850, 1857 e 1875, houve grande surtos de febre amarela. Também houve uma grande epidemia de cólera 1820 e 1855, e as pessoas tinham medo de sepultar esses falecidos que morriam dessas doenças em cemitérios comuns,não restando outra alternativa a não ser sepultar em meio a caatinga e rodear de pedras para não perder o local da sepultura.
Poderia esse tipo de barro avermelhado ter sido levado por eles até a sepultura para garantir que a doença não se espalharia entre eles. 
Não podemos concluir que foi isso que realmente aconteceu, assim como não podemos concluir que isso seria uma sepultura indígena, temos apenas uma conclusão; que essas covas guardam mistérios do nosso passado.

A Finalidade Deste Blog

Este blog tem por finalidade mostrar o paraíso escondido na zona rural do município de Antonio Martins/RN. Somos ricos no que se refere a questão arqueológica e paleontológica, contamos com cerca de 7 Sítios Arqueológicos e mais uma lagoa fossilífera. Todos esses locais são visitados e monitorados pela equipe do CPAR (Centro de Preservação da Arte Rupestre). 
São poucas as pessoas interessadas em preservar o nosso passado, mas aos que tem esse interesse convido a todos participarem das nossas visitas e até quem sabe participarem do nosso centro de pesquisa!


Obrigado e bom proveito!