O Sítio Areias fica distante aproximadamente 12 km da sede do município de Antonio Martins/RN. Nesta localidade, existe um Sitio Arqueológico que contem registros rupestres. Porém o que mais nos chamou atenção não foi essas marcas, mas sim, as afirmativas do pessoal que mora desde que nasceram naquela região.
Eles afirmam que naquele sitio existem pequenos locais cercados de pedras, que, para eles, seriam covas indígenas. Abaixo segue um croqui de como seria;
Na tentativa de se descobrir o que seria esses pequenos cercos de pedras, fomos até o local e lá constatamos que esses retângulos, devido a curiosidade das pessoas em saber o que teria ali dentro, estavam escavados de forma tosca e sem nenhum cuidado de natureza arqueológica.
Para chegarmos a essas "covas", andamos cerca de 2 km de distancia do povoado Areias, subimos mato a dentro por trilhas que em alguns momentos são cortadas por córregos temporários, subimos alguns montes e lá podemos comprovar o que as pessoas do povoado falaram. Abaixo algumas imagens da trilha que enfrentamos e das "covas";
Segundo os moradores, essas pedras que se encontram ao lado da cratera aberta por curiosos, eram as que rodeavam essas covas.
O que pode ser observado é que; o material do interior desses espaços, é diferente do material que tem ao lado da cova.
A Amostra 01, foi colhida dentro do espaço onde seria a cova, e a amostra 02 é a que predomina na região. A Amostra 01 é atípica daquele solo, sendo encontrada à uma distancia um pouco grande.
Surge então uma pergunta; Quem teria levado esse material até esse outro local? Essa pergunta ainda não podemos responder.
Na tentativa de responder essa pergunta, voltaremos agora o nosso olhar para a História; O sertão nordestino em épocas passadas, servia de estrada para pessoas que buscavam vida melhor em outros lugares, os famosos retirantes.
Partindo dessa afirmativa, vamos considerar que, muitos morriam ao fazer esse trajeto, as causas eram variadas, talvez o peso da idade ou alguma doença ou até quem sabe, sede ou fome. Em tempos passados era difícil encontrar algum cemitério para dar um enterro digno ao seu parente, assim, não restava outra alternativa a não ser sepultar em locais por onde eles passavam.
Também, no ano de 1850, 1857 e 1875, houve grande surtos de febre amarela. Também houve uma grande epidemia de cólera 1820 e 1855, e as pessoas tinham medo de sepultar esses falecidos que morriam dessas doenças em cemitérios comuns,não restando outra alternativa a não ser sepultar em meio a caatinga e rodear de pedras para não perder o local da sepultura.
Poderia esse tipo de barro avermelhado ter sido levado por eles até a sepultura para garantir que a doença não se espalharia entre eles.
Não podemos concluir que foi isso que realmente aconteceu, assim como não podemos concluir que isso seria uma sepultura indígena, temos apenas uma conclusão; que essas covas guardam mistérios do nosso passado.
Amigo vc tem face? Sou amigo de chagas cristovao aí de antonio martins... Me interesso muito por arqueologia na nossa região! Entre em contato pelo meu email pra conversamos! Abraço!
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