quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Pedra de Corisco: Quem está certo?

São muitas as afirmativas sobre o que seria a "Pedra de Corisco", para alguns; quem a encontra é feliz. para outros; quem a possui tem sua casa protegida da queda de raios. Existem  muitas tradições que rodeiam esse tipo de rocha, e essas tradições variam de local para local. 
Pedra de corisco encontrada na Vila Pintada. Pertence a Maria de Laá.

Pedra de corisco encontrada no Sitio Melancia I. Pertence a Celimar.

Pedra de corisco encontrada no Sitio Pinhão. Pertence ao Senhor Zacarias.

Muitos estudiosos de diversas áreas de conhecimento tentam explicar o que seria isso, e eis as explicações:


1-Arqueologia.

Artefatos de pedra polida que foram utilizadas por nossos primitivos habitantes para os mais diversos fins. São principalmente machados, almofarizes, batedores de sementes, amoladores e outros artigos que foram largamente empregados nas mais diversas atividades cotidianas na Idade Neolítica.

2-Geologia.

Dá-se o nome de fulgurito (popularmente pedra-de-corisco ou pedra-de-raio) o material formado pela fusão de minerais ou rochas pela ação de um raio. Ao atingir o chão, a altíssima temperatura da descarga elétrica funde o material que encontra e pode, nesse processo, formar uma nova substancia mineral. É um processo natural e inorgânico, que produz uma substancia sólida, homogênea e de composição química definida. Não tem, é verdade, estrutura cristalina, mas assemelha-se à obsidiana e aos tectitos, justificando-se portanto seu estudo junto com os demais minerais.


3-Sabedoria Popular.

É a pedra que vem na ponta do raio, e é enterrada a sete palmos de profundidade, aflorando um palmo por ano até chegar à superfície. Depois de sete anos da queda a pedra volta para o céu sendo carregada pelo mesmo raio.


Afinal, quem está certo?

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

O Mistério das covas do Sitio Areias

O Sítio Areias fica distante aproximadamente 12 km da sede do município de Antonio Martins/RN. Nesta localidade, existe um Sitio Arqueológico que contem registros rupestres. Porém o que mais nos chamou atenção não foi essas marcas, mas sim, as afirmativas do pessoal que mora desde que nasceram naquela região. 
Eles afirmam que naquele sitio existem pequenos locais cercados de pedras, que, para eles, seriam covas indígenas. Abaixo segue um croqui de como seria;
Na tentativa de se descobrir o que seria esses pequenos cercos de pedras, fomos até o local e lá constatamos que esses retângulos, devido a curiosidade das pessoas em saber o que teria ali dentro, estavam escavados de forma tosca e sem nenhum cuidado de natureza arqueológica. 
Para chegarmos a essas "covas", andamos cerca de 2 km de distancia do povoado Areias, subimos mato a dentro por trilhas que em alguns momentos são cortadas por córregos temporários, subimos alguns montes e lá podemos comprovar o que as pessoas do povoado falaram. Abaixo algumas imagens da trilha que enfrentamos e das "covas";




Segundo os moradores, essas pedras que se encontram ao lado da cratera aberta por curiosos, eram as que rodeavam essas covas. 
O que pode ser observado é que; o material do interior desses espaços, é diferente do material que tem ao lado da cova. 

A Amostra 01, foi colhida dentro do espaço onde seria a cova, e a amostra 02 é a que predomina na região. A Amostra 01 é atípica daquele solo, sendo encontrada à uma distancia um pouco grande.
Surge então uma pergunta; Quem teria levado esse material até esse outro local? Essa pergunta ainda não podemos responder.
Na tentativa de responder essa pergunta, voltaremos agora o nosso olhar para a História; O sertão nordestino em épocas passadas, servia de estrada para pessoas que buscavam vida melhor em outros lugares, os famosos retirantes. 
Partindo dessa afirmativa, vamos considerar que, muitos morriam ao fazer esse trajeto, as causas eram variadas, talvez o peso da idade ou alguma doença ou até quem sabe, sede ou fome. Em tempos passados era difícil encontrar algum cemitério para dar um enterro digno ao seu parente, assim, não restava outra alternativa a não ser sepultar em locais por onde eles passavam.
Também, no ano de 1850, 1857 e 1875, houve grande surtos de febre amarela. Também houve uma grande epidemia de cólera 1820 e 1855, e as pessoas tinham medo de sepultar esses falecidos que morriam dessas doenças em cemitérios comuns,não restando outra alternativa a não ser sepultar em meio a caatinga e rodear de pedras para não perder o local da sepultura.
Poderia esse tipo de barro avermelhado ter sido levado por eles até a sepultura para garantir que a doença não se espalharia entre eles. 
Não podemos concluir que foi isso que realmente aconteceu, assim como não podemos concluir que isso seria uma sepultura indígena, temos apenas uma conclusão; que essas covas guardam mistérios do nosso passado.

A Finalidade Deste Blog

Este blog tem por finalidade mostrar o paraíso escondido na zona rural do município de Antonio Martins/RN. Somos ricos no que se refere a questão arqueológica e paleontológica, contamos com cerca de 7 Sítios Arqueológicos e mais uma lagoa fossilífera. Todos esses locais são visitados e monitorados pela equipe do CPAR (Centro de Preservação da Arte Rupestre). 
São poucas as pessoas interessadas em preservar o nosso passado, mas aos que tem esse interesse convido a todos participarem das nossas visitas e até quem sabe participarem do nosso centro de pesquisa!


Obrigado e bom proveito!